10 de junho de 2012

Lembranças da infância


De cada casa que eu morei, pelo menos as que me lembro desde a infância, tenho algumas lembranças que sei que nunca vou esquecer. Vira e mexe elas me vêm à cabeça.
A começar pelo Conjunto Santos Dumont, no bairro Padre Eustáquio. Eu me lembro q passeávamos, eu e minha irmã mais velha com meu pai aos arredores do prédio e uma vez caí num canteiro cheio de espinhos (aquelas plantas com caules tortos cheios de espinhos q soltam uma espécie de seiva branca). Não lembro da dor na hora, mas sei que machuquei a bunda e tive que ficar cheia de mercúrio, porque naquela época o mertiolate ardia muito. Foi neste lugar que ganhei meu Cebolinha da turma da Mônica e lembro que ficava mordendo os fios do cabelo dele. Também ganhávamos várias bonequinhas (acho que era da coleção Moranguinho, mas tinha outras tb que vinham num vasinho, tipo florzinhas, não sei bem)... Tinha uma amiga chamada Lorena, da minha escola e sua irmã era Blenda. Elas iam nas festas que fazíamos.

Depois me lembro de quando tinha uns 4 anos, morávamos num apartamento em um prédio marrom e branco na avenida do Contorno, no bairro Floresta. Em uma das festas (não sei se era aniversário, natal, dia das crianças, sei lá) ganhei a estrelinha mágica da turma da Mônica, aquela amarelinha que acendia quando era colocada na palma da mão e tremia fazendo um barulhinho gostoso. Aquele prédio era ótimo, morávamos no 5º andar e minha irmã ficava rindo de mim quando entrávamos no elevador: "Só eu que posso apertar, porque tenho 5 anos", ou seja, só porque eu tinha 4 e morávamos no 5º andar, eu nunca pude apertar quando estávamos juntas. Às vezes eu saía com minha mãe sem blusa, e de short. Eu era bem moleca mesmo. Por isso morro de saudades da minha infância. A gente não se preocupava com nada, não havia maldade aos olhos das crianças (hoje as crianças novinhas já se preocupam com tudo: maquiagem, roupas, cabelo, até amor...) Acho que foi nesse apartamento que aprendi a subir nos marcos das portas e meu pai cantava: "Mulher aranha, mulher aranha, aí vem mulher aranha, sua teia é legal, ela é sensacional". Bem, neste prédio tínhamos uma vizinha chamada Talita e seu pai sempre conversava com minha mãe. Tinha também um menino meio tarado, da minha idade, que ficava abaixando as calças e mostrando as partes (ainda bem que eu nunca quis ver, mas as meninas do prédio viam lá no parquinho). Affs... Foi também quando morávamos lá que ganhei um cardeal lindo chamado Cebolinha (devo ter dado esse nome porque o Cebolinha era meu personagem favorito da Turma da Mônica). Quando eu acordava, ia pra cozinha ver minha mãe fazer o almoço. E ela ficava com o rádio ligado em uma estação que sempre tocava        uma música romântica que me fazia chorar (Sacrifice - Elton John), não sei por quê...
Depois, quando ainda morávamos neste apartamento meus pais se separaram...
E acho que foi aí que mudamos pra casa da vó Nega na rua Salinas, no bairro Santa Tereza
Bem, isso é do jeito que eu me lembro, se foi desse jeito ou se não foi bem assim eu não sei, faz bastante tempo né... é assim que tudo me vem à cabeça.
Bom, na rua Salinas é de onde mais me lembro, pois vivi ali até meus 16 anos, e eu amava aquele lugar. Aquela casa era perfeita para mim! Eu brincava de tudo ali: "necos" (bonecos de gude), enterro de formigas nos canteiros da vó, hospital (chamava Hospital São Gabriel, e eu era às vezes atendente e outras vezes a médica), playmobil, escola (onde eu às vezes era aluna, outras professora dos meus bonecos), brincava na garagem de bolinha "perereca", de pênalti, dançava Michael Jackson (do meu jeito, é claro), e na rua brincava de rebater com minha irmã, andava de bicicleta (ah, minha bike linda vermelha que meu pai me deu), patins (meu patins roxo e verde, que sinto tanta saudade...fomos no shopping comprá-lo,meu pai me deu). Uma vez também ganhei uma casa de boneca super chique, de madeira, toda decorada que meu pai viu em uma loja do bairro Funcionários e quis comprar pra mim. Ah, e tb brincava com as vizinhas (tinha uma super metida, que era  horrorosa mas se achava, e a gente enchia o saco dela)...  Eu me lembro de quando passava o Jornal Nacional, e já me dava sono, e começava a cochilar no sofá da sala com a música de abertura dele. A vó Nega era minha grande amiga, fazia de tudo para agradar-nos. E quando eu chegava da escola e ela dizia: "Hoje tem can..." era uma festa, porque eu amava a canjica dela. Nusga! Comia 6 pratos de uma vez só, sério! Os bolos de cenoura com chocolate, perfeitos! E o Dorflex que comprava pra ela (ficava resmungando, mas acabava indo kkk). Até ia no armazém do Matusalém, pra comprar pó de café moído na hora. Tenho também lembranças chatas, ruins e toscas, essas não têm vez aqui neste post... Só coisas boas!  
Eu estudava no Colégio Sagrado Coração de Jesus, minha escola preferida, amava estudar ali... às vezes ia de carro com minha mãe e outras vezes ia de "especial" do Luís, que era um ônibus arredondado,onde tocava flauta doce com a Carolina Mascarenhas, minha amiga até hoje! Ah, o Sagrado, nossa, se for falar das lembranças dele aqui eu me perco, falarei em outro post.
Antes do meu vô Moraes falecer, lembro da gente tentando ajudá-lo a pular segurando nas paredes. Essa é a única lembrança boa dele, pois infelizmente eu era muito nova quando ele se foi.
Bem, acho que vou ficando por aqui, caso eu me lembre demais alguma lembrança boa, voltarei aqui...

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