30 de junho de 2014

É importante sentir emoções



Em algum determinado momento, por alguma razão, sentir a emoção e vibrar com coisas simples deixou de ser recomendado e, por vezes, até aceitado. Observam com olhar de crítica aqueles que derramam lágrimas com um cena de filme, ou mesmo aqueles que suspiram com um desapontamento ou ficam com raiva ao serem injustiçados. As emoções que ensinam foram deixadas de lado e em seu lugar entraram momentos de explosão. Devemos ser fortes, capazes, duros, certeiros. Somos orientados a não ter medo, sempre com pulso firme e olhar marcado.



Guardamos sentimentos, esquecemos no fundo de nossa alma, emoções que crescem e se transformam em mágoa, destruindo um pouco da serenidade que herdamos dos tempos de nossa infância, talvez ainda no berço. Somos criticados por sentir, mas somos, também, punidos por tal escolha. Se nos guardamos, se nos fechamos, somos vistos como vazios, como fechados, como introspectivos, como se o silêncio e a observação valessem menos que a euforia e a agitação daqueles que se levam por estimulantes como o álcool e o cigarro. A euforia justificada por estes complementos, por vezes parte da essência daquela pessoa, é admirada por muitos daqueles que já nem sabem mais com o que sonham, pois não se permitem pensar em suas vidas deixadas de lado, colocadas em segundo plano em um tempo onde o que mais vale é ser notado. Daí que gritar, se comunicar com desconhecidos é pintado como emoção, como na verdade nada mais é que um afastamento do real e das decepções colecionadas entre escolhas erradas e decisões mal tomadas. E então, aquele que se silencia, que se recolhe para dentro de si, que observa e que compreende, é tido como errado, entre outras coisas mais. Negar as emoções, e julgar os outros que se emocionam com o simples fato da contemplação, é não compreender quantas são as formas de viver e o quanto podemos encontrar, entre as muitas, uma que seja mais compatível com ambições de vida e desejos para o futuro. Assim, não se deixar abalar pela imaturidade ou desconhecimento de terceiros é escolher ser o responsável pela própria vida, com a cabeça erguida de quem sabe que tem as rédeas de sua emoção. São escolhas que geram um futuro mais pleno, são decisões que acalentam nos momentos difíceis e são detalhes que abrem portas e preparam o corpo para viver da melhor forma que há para viver. Sentir, por inteiro, é uma escolha. Lágrimas, sorrisos, gritos, introspecção e silêncio, combinados na sua própria receita, são a mistura de quem experimenta e bebe da vida… a combinação de quem se valoriza por inteiro e sabe que em cada estímulo da alma há o reflexo de uma veia que pulsa e de um coração que bate por si só, com os estímulos naturais do próprio dia-a-dia.

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